sexta-feira, 18 de março de 2011

Era uma tarde de outono.

Era uma tarde de outono.


Era uma tarde de outono.
Em meio ao burburinho do cotidiano, uma jovem buscava organizar seus pensamentos para então tranqüilizar a mente e conseguir trabalhar.
Mas era tão difícil.
Por mais que buscasse organizar suas idéias,
em poucos instantes seu pensamento vagava
entre lembranças e aflições.
Desconcentrava-se e afligia-se.
Sentia vontade de sair correndo para longe.
No entanto, sabia que seu desconforto
nada tinha a ver com seu trabalho.
Além disso, não seria um lugar qualquer
que lhe devolveria a serenidade perdida.
Era nisso que pensava quando olhou pela janela.
Nuvens espessas e escuras escondiam o sol.
As montanhas próximas pareciam ter
sido engolidas por densa névoa.
A luminosidade do dia dava lugar à certeza
da tempestade que não tardaria a cair.
Sentiu seu coração ainda mais pesado.
Era como se o seu estado de espírito estivesse
representado pelo cenário emoldurado na janela.
Quando as primeiras gotas da chuva começaram
a escorrer pela vidraça ela sentiu-se mais infeliz.
O desejo de chorar só foi contido pela presença dos colegas de trabalho,
alheios à sua dor.
Baixou novamente os olhos na tentativa de retomar
o trabalho quando encontrou, entre seus pertences,
um papelzinho impresso.
Era uma dessas curtas mensagens que se acham dentro dos chamados "biscoitinhos da sorte".
Era singelo, mas preciso:
"depois da tempestade vem a bonança."
Reencontrar, naquele momento, quando a chuva caía pesada,
o bilhetinho que recebera por acaso dias antes,
parecia-lhe mais do que uma simples coincidência.
Afinal, sentia-se em meio a uma tempestade.
Problemas sérios invadiam sua vida.
Era como se uma enxurrada estivesse arrastando para longe
dela sua paz e sua felicidade.
Olhou novamente para o pequeno papel e o releu.
No instante seguinte, olhou para fora.
Pensou:"para Deus nada é impossível."
Cobriu o rosto com as mãos e fez uma breve,
mas sincera prece, rogando ao Pai
força e coragem para prosseguir.
Sentiu-se mais leve e acabou sendo envolvida,
sutilmente, pelo trabalho.
O telefone tocou, pessoas a chamaram para resolver
questões profissionais, e assim foi.
Sem que percebesse, seus problemas pessoais cederam lugar
à concentração no trabalho
que ha pouco lhe faltava.
Os minutos foram seguidos pelas horas.
Quando, no final da tarde, ela voltou seus olhos
para fora não pôde conter o espanto.
A chuva havia parado e o cenário era muito diferente: o céu,
banhado por intensa luz do sol, não tinha nuvens.
As montanhas, antes ocultas pela neblina,
agora tinham seus contornos bem definidos.
Naquele momento, uma colega aproximou-se
e disse-lhe: "quem diria, não?
Depois da chuva que caiu no começo da tarde,
um final de dia ensolarado como esse!"
E completou, sorrindo:
"para Deus nada é impossível!"
A jovem sorriu, sentindo o â
nimo renovado, e pensou: 
"realmente, para Deus tudo é possível."

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