terça-feira, 9 de novembro de 2010

E assim se vive a vida...




E assim se vive a vida...



E assim se vive a vida...cada dia...cada dia após cada dia. Procura-se, perde-se os sentidos desejados, perde-se amor, quando existe, sonha-se, pouco...sonha-se em tons de cinzento, sonha-se nada...sobre nada.

E assim morremos pouco a pouco...como se um bicho nos comesse por dentro até chegar à alma...sim porque se morre pela alma e não por o coração. Morre-se por não se viver, por não se arriscar em tonalidades cromáticas e dissonantes da vida...vive-se num estado vegetativo de morte...de morte quase lenta...

E as lágrimas inevitavelmente caem pela tristeza de não sermos o que desejámos ser, pela melancolia dos sonhos de criança continuarem a ser sonhos de criança...pela incapacidade de nos abraçarmos de nos entendermos por dentro, de nos sentirmos por dentro...E assim se vive sem sabor a sal...sem entender que os mares todos são diferentes...que os mares são como sorrisos...temos os olhos cheios de cegueira...cheios de medo de ver as muitas cores...temos medo de viver...de viver por nós, para nós. E por isso largamo-nos à mediocridade...a um sentir leve...a um viver morno.

E assim se vive uma vida não destinada à vida mas à morte. Por isso te agarro hoje o corpo e te beijo com beijos de fogo...por isso te sussurro poesias de sal para te temperar a alma...por isso te consumo porque me consumo, para os teus olhos sorrirem nos meus.
Por isso te amo hoje, por ser hoje, porque o amor é sempre ou nunca...por isso me encarno e me ressuscito em ti, pois só morrendo muitas vezes é que deixamos de ter medo de viver a vida que nos sobra.

E assim me leva a vida em teus braços, e assim se morre nos braços de quem se quer, porque a morte é apenas um pequeno momento de todos os que ressuscitei em ti.


- Sebastião Campos -

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